quarta-feira, 30 de março de 2011

Nosso Maior Medo — Marianne Williamson

Cada um de nós nasce "brilhante como uma estrela", cheios de vida, embuidos de poder pessoal e de força divina, basta olharmos para as crianças que logo vemos.

Mas com o passar do tempo muitos de nós, pelos mais variados motivos, vai ofuscando essa luz, como se nos cercássemos por muros e escudos dos mais variados tipos, medos, inseguranças, culpas... e essa luz vai ofuscando, até que conseguimos escondê-la, tão bem escondida dentro de nós que até nós mesmos esquecemos que ela está lá.

Mas porque precisamos escondê-la, é a pergunta que venho me fazendo recorrentemente. Será o sistema/sociedade/cultura em que estamos inseridos que nos vai desconectando de quem verdadeiramente somos, da nossa verdadeira força??

Uma possibilidade, mas como nada é externo, porque será que permitimos que isso aconteça? O poema abaixo da Marianne Willianson tem uma reflexão maravilhosa sobre esse tema...

"É a nossa luz e não nossa sombra o que mais nos assusta. Nosso mais profundo medo não é o de ser inadequado. Nosso mais profundo medo é de sermos poderosos além da medida. É nossa luz e não a nossa sombra que mais nos assusta. Nos perguntamos, quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?

Na verdade, quem é você para não sê-lo? Você é filho de Deus. Você sendo pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de iluminado em diminuir-se para outros não se sintam inseguros ao seu redor.

Nascemos para manifestar a glória de Deus que está em nós. Não está só em alguns de nós, está em todos. E quando permitimos que nossa luz brilhe, nós inconscientemente damos permissão a outras pessoas para fazerem o mesmo.

Quando nos libertamos de nosso medo, nossa presença automaticamente liberta outros."

Um abraço, Narjara

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Pequena Alma e o Sol - Neale Donald Walsch

Esse foi um conto que tocou profundamente minha alma e meu coração e me fez lembrar de todos os anjos que passaram por minha vida...

"Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus: — Eu sei quem sou!

E Deus disse: — Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou: — Eu sou Luz

E Deus sorriu. — É isso mesmo! — exclamou Deus. — Tu és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.

— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus (o que não é má idéia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É) e disse:

— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?

E Deus disse:
— Quer dizer que queres ser Quem já És?

— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.

— Mas tu já és Luz — repetiu Deus, sorrindo outra vez.

— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a Pequena Alma.

— Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira — disse Deus com
uma risada. Depois a sua expressão mudou.

— Há só uma coisa...

- O quê? — perguntou a Pequena Alma.

— Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.

— Hã? — disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

— Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões,
ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. “Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto.

E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz — eis a questão”.

— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! — disse a Pequena Alma mais animada.

Deus sorriu novamente.

— Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te
de escuridão — disse Deus.

— O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

— É aquilo que tu não és — replicou Deus.

— Eu vou ter medo do escuro? — choramingou a Pequena Alma.

— Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas.

Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.

— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.

— É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é — disse
Deus — Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem
o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o
Agora sem o Depois. E por isso, — continuou Deus — quando estiveres rodeada de
escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão.
“Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem
Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos
saibam como és especial!”

— Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? — perguntou a Pequena
Alma.

— Claro! — Deus riu-se. — Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não
quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos
esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que
podes ser especial!

— Uau — disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. —
Posso ser tão especial quanto quiser!

— Sim, e podes começar agora mesmo — disse Deus, também dançando e saltando e
rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma — Que parte de especial é que queres
ser?

— Que parte de especial? — repetiu a Pequena Alma. — Não estou a perceber.

— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes.
É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.
— Conheço imensas maneiras de ser especial! — exclamou a Pequena Alma — É
especial ser prestável. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial
ser atencioso com os outros.

— Sim! — concordou Deus — E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de
especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.

— Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! — proclamou a Pequena Alma com
grande entusiasmo. — Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial
alguém que perdoa?

— Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.

— Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim — disse a Pequena Alma.

— Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre
alguma complicação.

— O que é? — suspirou a Pequena Alma.

— Não há ninguém a quem perdoar.

— Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados — de todo o Reino — porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer. Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

— Então, perdoar quem? — perguntou Deus.

— Bem, isto não vai ter piada nenhuma!

— resmungou a Pequena Alma — Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.

E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:

— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.

— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?

— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!

— Podes?

— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.

— Mas porquê? Porque é que farias isso? — perguntou a Pequena Alma. — Tu, que és
um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?

— É simples — disse a Alma Amiga. — Faço-o porque te amo.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

— Não fiques tão espantada — disse a Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por mim.
Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo,a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.

— E assim, — a Alma Amiga explicou mais um bocadinho — eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má” desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.

— Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? — perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

— Oh, havemos de pensar nalguma coisa — respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:

— Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?

— Sobre o quê? — perguntou a Pequena Alma.

— Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer
esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.

— Oh , qualquer coisa, o que tu quiseres! — exclamou a Pequena Alma, e começou a
dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

— O que é? — perguntou a Pequena Alma.

— O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

— Claro que esta Alma Amiga é um anjo! — interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te
sempre: Não te enviei senão anjos.

E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.

— O que é que posso fazer por ti? — perguntou novamente a Pequena Alma.

— No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no
momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...

— Sim? — interrompeu a Pequena Alma — Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
— Lembra-te de Quem Realmente Sou.

— Oh, não me hei-de esquecer! — gritou a Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei
sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

— Que bom, — disse a Alma Amiga — porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que
eu própria me vou esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente,
eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem
Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos
precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.

— Não vamos, não! — prometeu outra vez a Pequena Alma. — Eu vou lembrar-me de ti!
E vou agradecer-te por esta dádiva — a oportunidade que me dás de me experimentar
como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida,
entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte
especial a que se chama Perdão.

E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como
Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena,
quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza — principalmente se trouxesse tristeza — a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.
Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviei senão anjos. Neale Donald Walsch"