Quanto Vale um Presente?

Era uma manhã de natal, Romulo acordou e já foi correndo até a árvore para ver o que o Papai Noel havia lhe trazido... ao ver um monte de presentes, deu pulos e gritos de alegria para acordar a casa toda, afinal, já era natal. Começou a abrir seus presentes, um a um, mas a única coisa que tinha na cabeça era um jogo de mímica, que queria muito. Ele já estava com 8 anos, e todos os seus amigos na escola já tinham esse jogo... ele abria um presente após o outro, mas nenhum deles foi o jogo.

Ele mal viu direito o que tinha ganhado, pois ficou tão decepcionado que o Papai Noel não tinha atendido seu desejo, que caiu numa tristeza sem fim... seus pais tentavam entender sua tristeza para consolá-lo, mas foi em vão, pois Romulo não queria falar o que estava acontecendo.

Ele pediu aos pais para sair um pouco e num pé se foi... Enquanto andava pelas ruas, imerso em sua tristeza, começou a observar tudo o que tinha a sua volta... poucas eram as pessoas na rua... e das poucas, ele via algumas famílias felizes, crianças brincando com seus novos brinquedos... mas um cena lhe chamou atenção. Viu um menino no canto da rua, sentado, sozinho e com a cabeça baixa... ele parecia tão triste quanto Romulo... assim ele se dirigiu em sua direção.

“Olá! Tudo bem com você?” disse Romulo. O menino levantou a cabeça surpreso e tinha lágrimas nos olhos... “O que aconteceu? Porque está tão triste? Não ganhou o presente que pediu??”perguntou o ele ao garoto, sentando-se ao seu lado. “Tá tudo bem.” disse o menino. “Não tem a ver com presentes não... isso eu nunca ganhei mesmo... Só estou um pouco triste, porque não tenho mais família... perdi meus pais quando era bem pequeno e fui criado por minha avó... mas ela se foi no ano passado e agora... só sobrou eu.”disse o garoto.

Surpreso, Romulo pensou em sua família e em tudo que havia ganhado... e lembrou de sua tristeza por não ter ganhado um jogo. O que era um jogo, se perguntou ele, perto de todo o resto que tinha a sua volta???

Nesse instante algo aconteceu que fez com que ele enxergasse as coisas de uma maneira muito diferente. Comovido pela história do garoto, convidou ele para almoçar com sua família nesse dia de natal.

O garoto sem jeito, aceitou, pois não tinha nem o que comer. Chegando em sua casa, entrou antes e explicou a situação para seus pais, que comovidos com a história, acolheram o garoto, que tinha a mesma idade de Romulo e se chamava João.

Romulo o levou a seu quarto para que tomasse um banho, deu-lhe algumas roupas limpas e enquanto o menino tomava banho, separou alguns brinquedos para dar-lhe de presente. O Natal naquela casa foi diferente de qualquer outro ano... repleto de amor, solidariedade e significado. Um natal que mudou o rumo das vidas de cada um naquela casa, que passaram a atribuir um valor diferente a tudo o que tinham e viviam, e principalmente ao amor e à família que tinham construido.

Romulo e João tornaram-se amigos, passaram a frequentar a mesma escola, e finalmente depois de alguns meses, a família de Romulo finalmente conseguiu adotar o menino que passou a morar com eles. Tudo o que aconteceu encheu o coração de Romulo de alegria, amor e solidariedade, que substituiram imediatamente a tristeza que havia sentido aquele dia.

E algumas semanas mais tarde, quando foi visitar sua madrinha, recebeu de presente o jogo que queria tanto... Olhou para o jogo e seus olhos encheram de lágrimas... sua madrinha assustada, perguntou o que havia acontecido, e ele sem hesitar disse: “Madrinha, eu entendi um coisa muito importante, quanto mais fazemos coisas boas pelos outros e pelo mundo, mais recebemos de volta... eu tinha ficado muito triste no natal, pois queria muito esse jogo, mas não o ganhei, sai de casa e algo muito importante aconteceu... eu fui bom e ajudei um garoto que estava triste na rua... eu só fiz isso... e com isso eu ganhei um irmão, uma felicidade que não cabia no coração, pude perceber a importância de tudo na minha vida, da minha família... minha família ficou muito mais feliz e eu ainda ganhei esse jogo, que foi o motivo pelo qual tudo isso me aconteceu...” disse ele.

“Me sinto o garoto mais sortudo e feliz de mundo madrinha. Obrigado!”disse Romulo. A madrinha emocionada, lhe respondeu: “Você acabou de me dar um valioso presente, meu filho... Me devolveu a esperança... me encheu de amor e de orgulho... e isso não tem preço... abençoado seja!” disse ela emocionada.

Depois desse natal a vida de todos que foram tocados por essa história, nunca mais foi a mesma... o espírito de natal bateu à porta e entrou em seus corações trazendo a mensagem de que quanto mais damos e doamos por amor, mais recebemos...

Um caloroso abraço!

Narjara Thamiz

Comentários

Giovanna Lamaita disse…
Parabéns pelo texto Na!
Ele nos deixa refletindo sobre o real sentido do natal... sobre o que realmente representa esta data e a passagem do Cristo em nossa humanidade.

Que possamos verdadeiramente alcançar este aprendizado e estendê-lo a tudo o que vivemos, pois talvez este seja um dos caminhos para a evolução dos nossos espíritos, da qual tanto falamos e à qual tanto buscamos.
Minha admiração, gratidão e amor a você!
Vi disse…
Parabéns por mais um ótimo texto, adorei!!
Anônimo disse…
Salve a filosofia e o espírito das pessoas impetuosas. Não basta amar: há que se fazer. E não basta fazer, sem amor.
Adri
Anônimo disse…
Salve a filosofia e o espírito das pessoas impetuosas. Não vale amar, sem que algo seja feito. E não vale fazer, sem que haja o amor.
Adri
Lidi Peiró disse…
prima, o que posso dizer... mais uma vez me coloquei ás lágrimas com seus textos, sao muito tocantes e de muita reflexao...
te adoro, beijo!!!
Anônimo disse…
Parabéns pelo texto, muito bonito.

Ele me lembrou um ponto importante os ensinamentos de um Lama Budista
que eu gosto bastante, o Pamda Samten. Ele sempre diz que umas das
razões do nosso “sofrimento” é uma visão muito estreita e limitada.
Tomamos um problema nosso e o damos proporções exageradas, não
conseguindo enxergar nada além do problema.
Umas das recomendações que ele passava era justamente cultivar a
habilidade de se colocar no lugar do outro e enxergar também o seus
problemas. Assim nossas próprias angustias muitas vezes perdem força e
significado frente a situações muito mais severas. Ajudar o outro
passa a ser muita mais importante e nem nos lembramos daquilo que
estava nos incomodando.

Um Beijão e um enorme abraço
Ruy

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