O homem planeja e Deus ri!

Há uma dança misteriosa na qual todos nós participamos, uma coreografia entre nossos desejos mais profundos e a imprevisibilidade do destino. Tentamos controlar cada passo, planejar cada movimento, mas no fim, somos apenas dançarinos improvisando num palco vasto e imprevisível. Lembro-me das palavras sábias de minha avó, sussurradas como um segredo antigo: "O homem planeja, Deus ri". Um lembrete de que, apesar de nossos desejos e intenções, há uma força maior tecendo os fios de nossas vidas. É desafiador estar no espaço entre o que desejamos e o que se manifesta, muitas vezes nos deparamos com a resistência ao que é, lutando contra o que está se manifestando, gerando sofrimento. Também pode ser assustador soltar o controle e as certezas, estar neste palco, sustentando o desconhecido, sem saber qual será a próxima música ou quem dará os próximos passos. Mas é nesse espaço, onde as certezas se dissolvem e as possibilidades florescem, que reside a magia da vida. Este é um estado de puro potencial, que antecede a criação do universo, onde tudo é contido e ainda não manifestado. É um estado onde todas as possibilidades residem.

Somos como navegantes em um mar de incertezas, às vezes à mercê das marés e às vezes guiando o leme com confiança. Aprendi que nutrir nossos sonhos e intenções é importante, mas também devemos aprender a soltar o leme, quando a vida nos convida a isso, nos abrindo para receber aquilo que a vida nos oferta, soltando as resistências e escolhendo confiar que essa força maior, nosso espírito/inconsciente, nos guiará pelos melhores caminhos para chegar onde desejamos, mesmo que a princípio nosso Ego não seja capaz de ver.

É como se o universo fosse um grande maestro, regendo uma sinfonia da qual todos fazemos parte. Às vezes, a música é suave e melodiosa; outras vezes, é estrondosa e caótica. Mas em cada nota, em cada silêncio, há uma lição a ser aprendida, uma verdade a ser descoberta.

Então, eu te convido a dançar comigo neste palco da vida, a abraçar a incerteza como uma parceira de dança, a confiar no ritmo do universo. Porque mesmo nos momentos mais sombrios, mesmo quando o caminho à frente parece obscuro, há uma luz que brilha dentro de nós, uma esperança que nos guia adiante.

E quando a dor vier, como inevitavelmente virá, lembre-se da impermanência de todas as coisas, da natureza efêmera da vida. Porque assim como as ondas do mar, as tristezas e as alegrias vêm e vão, deixando para trás aprendizados e lições preciosas, que farão parte de quem se tornará.

Então, respire fundo e deixe-se levar pela música da vida. Feche os olhos e sinta o ritmo do seu coração, pulsando em harmonia com o universo. Porque neste momento, neste instante único e sagrado, você é tudo o que precisa ser, você é completo.

E assim, na dança eterna do ser, descobrimos que o verdadeiro milagre não está no destino final, mas sim no próprio ato de dançar e esse ato, o presente é tudo o que temos. Então, dance, dance como se ninguém estivesse observando, pois nesta dança da vida, somos todos artistas, todos criadores, todos um.

Namaste!

Narjara Thamiz

* Imagens produzidas por Freepik

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