Escrevendo a Própria História!
Ao conversar com uma grande amiga e companheira de reflexão, a Fê, parei para refletir sobre como nos colocamos no mundo...
Ela estava refletindo sobre "como cooperar com quem compete" uma reflexão que nos remeteu ao tema de agir de acordo com nossa natureza, independente das circunstâncias. Então, surge para Fê a seguinte pergunta, que inspira esse texto: Qual o papel do meio nesse processo?
As vezes nos manter de acordo com nossos valores, com nossa natureza, tem um 'preço' que nem sempre é fácil bancar, inclusive pelas pressões que o meio e as expectativas à nossa volta exercem...
O meio, principalmente durante nossa formação, tem um papel fundamental na construção de nossos valores e ele certamente contribui muito para nossas escolhas, que muitas vezes são em função do olhar e do desejo do outro, muito mais do que pelo nosso...
Muitas vezes seguir nosso próprio caminho ou manternos da acordo com ele, nos faz lidar com a frustração e com o desapego de ser aceito ou de suprir as expectativas do meio.
E surge mais uma pergunta: Até que ponto conseguimos diferenciar o que é do meio e o que é nosso?
Há um momento em nossas vidas, quando nascemos, em que nós e o outro somos inseparáveis, porque nos constituimos através do olhar e do desejo desse outro, nosso cuidador. Nos reconhecemos como humanos através desse olhar e desse cuidado, e o cuidador nos reflete como um espelho para que possamos enxergar a nós mesmos.
Esse contato desperta nosso auto-amor, constrói nossa auto-estima e nossa percepção de nós mesmos e do mundo... surgem aí as primeiras marcas de como futuramente nos relacionaremos com a vida, com as pessoas e acima de tudo conosco mesmo.
Crescemos e continuamos na busca de espaços de amor e bem-estar, o que é natural do ser humano. Porém, algumas vezes essa busca se torna uma busca que atribui o amor e o reconhecimento por nós mesmos, para o meio fora de nós, e seguimos em busca desse olhar, desse amor, desse reconhecimento pelo outro, no desejo de ser visto e de ser amado pelos que estão à nossa volta.
Essa busca muitas vezes se configura como a razão de nosso viver, como àquilo que nos mantém vivos. Buscamos de muitas formas, através do conhecimento, do poder, da fama, do status, do consumo, do alimento, da caridade e de muitas outras, mas que parece nunca satisfazer o âmago de nossas almas.
O fato é que continuamos agindo como se esse amor viesse de fora e como se ele fosse aquele que nos preencherá e nos realizará como pessoas. Por isso, atribuimos um valor muito grande ao que o mundo espera e acha de nós, e mais ainda, tentamos suprir isso que acreditamos que o mundo e o outro esperam de nós.
Nessa busca nos perdemos de nós mesmo, nos misturamos com os outros, com a cultura, nas expectativas e nas ilusões que percebemos como o outro e como o mundo. E aí já não conseguimos distinguir o que é meu e o que é do outro.
E podemos dizer que essa busca é uma cilada, porque o que achamos que o outro espera de nós, tem a ver conosco e não com o outro.
Cada um de nós tem seu próprio caminho de vida, sua missão a realizar, seus karmas e dharmas a cumprir, um propósito... cada ser humano é único em sua composição física, história de vida e percepção de mundo...
Mas quantos de nós realmente entra em contato com nossos mais íntimos sonhos, valores, desejos?
Quantos de fato somos livres pra pensar, sentir, escolher por nós mesmo ???
A liberdade de escrever nossa própria história, de desvelar nosso caminho, nossa missão, nossos valores mais profundos e nos mantermos coerentes a esses, é para todos, mas alcançada por poucos.
Acabamos herdando desejos, expectativas e valores de nossas famílias e da cultura em que vivemos, e apesar da oportunidade reflexiva, intrínsica ao ser humano, e da vida nos levar por caminhos que nos proporcionariam essas reflexões, muitas vezes tapamos olhos e ouvidos para evitar a dor da reflexão, do desapego, das escolhas e perdas que esse caminho pode implicar.
Assim, seguimos apegados aos velhos paradigmas, aos antigos valores, ao que achamos que são as expectativas do mundo, e as nossas, seguimos olhando pra fora e buscando nossa auto-realização e o reconhecimento lá. O que não nos damos conta é que esse caminho pode trazer muito mais dor, a dor de não ser quem somos, a prisão às ilusões de existe algo fora de nós e que é lá que estão os parâmetros do que é o melhor, do que é o certo ou o errado... a dor de passar a vida toda tentando suprir essas expectativas e parâmetros e continuar no vazio e na falta de sentido de nunca suprí-las.
Como já dizia Gandhi: "A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."
Quando somos capazes de nos despir de tudo isso, dos papéis que exercemos, das expectativas que imaginamos, das exigências que colocamos, somos capazes de olhar e reconhecer quem realmente somos e distinguir o que é realmente nossa essência, e assim podemos refletir e escolher com consciência e responsabilidade o que queremos conservar para nossas vidas. Nesse momento assinamos nossa própria história e tomamos as rédeas de nossas próprias vidas.
Sigamos o exemplo dos grandes mestres como Jesus, Gandhi, Mandela, Eisten e outros muitos famosos e anônimos, que encontraram e se mantiveram-se fiéis às suas missões de vida e valores, muitas vezes indo contra tudo e todos.
Eles puderam contribuir com grandes mudanças para a evolução da humanidade, tendo na maioria das vezes que abrir mão de muitas coisas e desapegar-se tanto dos paradigmas da época, quanto da maneira como se pensava e agia... e muitas vezes perdendo pessoas amadas, o conforto físico e até de suas vidas.
Porém, se não tivessem se mantido firmes em seus caminhos, independente do que se dizia, pensava e esperava na época em que viveram, como seria o mundo hoje??
Ser autor da própria vida implica na liberdade de escolher, na capacidade de refletir e no desapego do olhar externo.
Fica para nós a reflexão sobre o que queremos de nossas vidas...
"QUE A NOSSA MENSAGEM SEJA A PRÓPRIA VIDA" Gandhi
Namastê,
Narjara Thamiz
Ela estava refletindo sobre "como cooperar com quem compete" uma reflexão que nos remeteu ao tema de agir de acordo com nossa natureza, independente das circunstâncias. Então, surge para Fê a seguinte pergunta, que inspira esse texto: Qual o papel do meio nesse processo?
As vezes nos manter de acordo com nossos valores, com nossa natureza, tem um 'preço' que nem sempre é fácil bancar, inclusive pelas pressões que o meio e as expectativas à nossa volta exercem...
O meio, principalmente durante nossa formação, tem um papel fundamental na construção de nossos valores e ele certamente contribui muito para nossas escolhas, que muitas vezes são em função do olhar e do desejo do outro, muito mais do que pelo nosso...
Muitas vezes seguir nosso próprio caminho ou manternos da acordo com ele, nos faz lidar com a frustração e com o desapego de ser aceito ou de suprir as expectativas do meio.
E surge mais uma pergunta: Até que ponto conseguimos diferenciar o que é do meio e o que é nosso?
Há um momento em nossas vidas, quando nascemos, em que nós e o outro somos inseparáveis, porque nos constituimos através do olhar e do desejo desse outro, nosso cuidador. Nos reconhecemos como humanos através desse olhar e desse cuidado, e o cuidador nos reflete como um espelho para que possamos enxergar a nós mesmos.
Esse contato desperta nosso auto-amor, constrói nossa auto-estima e nossa percepção de nós mesmos e do mundo... surgem aí as primeiras marcas de como futuramente nos relacionaremos com a vida, com as pessoas e acima de tudo conosco mesmo.
Crescemos e continuamos na busca de espaços de amor e bem-estar, o que é natural do ser humano. Porém, algumas vezes essa busca se torna uma busca que atribui o amor e o reconhecimento por nós mesmos, para o meio fora de nós, e seguimos em busca desse olhar, desse amor, desse reconhecimento pelo outro, no desejo de ser visto e de ser amado pelos que estão à nossa volta.
Essa busca muitas vezes se configura como a razão de nosso viver, como àquilo que nos mantém vivos. Buscamos de muitas formas, através do conhecimento, do poder, da fama, do status, do consumo, do alimento, da caridade e de muitas outras, mas que parece nunca satisfazer o âmago de nossas almas.
O fato é que continuamos agindo como se esse amor viesse de fora e como se ele fosse aquele que nos preencherá e nos realizará como pessoas. Por isso, atribuimos um valor muito grande ao que o mundo espera e acha de nós, e mais ainda, tentamos suprir isso que acreditamos que o mundo e o outro esperam de nós.
Nessa busca nos perdemos de nós mesmo, nos misturamos com os outros, com a cultura, nas expectativas e nas ilusões que percebemos como o outro e como o mundo. E aí já não conseguimos distinguir o que é meu e o que é do outro.
E podemos dizer que essa busca é uma cilada, porque o que achamos que o outro espera de nós, tem a ver conosco e não com o outro.
Cada um de nós tem seu próprio caminho de vida, sua missão a realizar, seus karmas e dharmas a cumprir, um propósito... cada ser humano é único em sua composição física, história de vida e percepção de mundo...
Mas quantos de nós realmente entra em contato com nossos mais íntimos sonhos, valores, desejos?
Quantos de fato somos livres pra pensar, sentir, escolher por nós mesmo ???
A liberdade de escrever nossa própria história, de desvelar nosso caminho, nossa missão, nossos valores mais profundos e nos mantermos coerentes a esses, é para todos, mas alcançada por poucos.
Acabamos herdando desejos, expectativas e valores de nossas famílias e da cultura em que vivemos, e apesar da oportunidade reflexiva, intrínsica ao ser humano, e da vida nos levar por caminhos que nos proporcionariam essas reflexões, muitas vezes tapamos olhos e ouvidos para evitar a dor da reflexão, do desapego, das escolhas e perdas que esse caminho pode implicar.
Assim, seguimos apegados aos velhos paradigmas, aos antigos valores, ao que achamos que são as expectativas do mundo, e as nossas, seguimos olhando pra fora e buscando nossa auto-realização e o reconhecimento lá. O que não nos damos conta é que esse caminho pode trazer muito mais dor, a dor de não ser quem somos, a prisão às ilusões de existe algo fora de nós e que é lá que estão os parâmetros do que é o melhor, do que é o certo ou o errado... a dor de passar a vida toda tentando suprir essas expectativas e parâmetros e continuar no vazio e na falta de sentido de nunca suprí-las.
Como já dizia Gandhi: "A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."
Quando somos capazes de nos despir de tudo isso, dos papéis que exercemos, das expectativas que imaginamos, das exigências que colocamos, somos capazes de olhar e reconhecer quem realmente somos e distinguir o que é realmente nossa essência, e assim podemos refletir e escolher com consciência e responsabilidade o que queremos conservar para nossas vidas. Nesse momento assinamos nossa própria história e tomamos as rédeas de nossas próprias vidas.
Sigamos o exemplo dos grandes mestres como Jesus, Gandhi, Mandela, Eisten e outros muitos famosos e anônimos, que encontraram e se mantiveram-se fiéis às suas missões de vida e valores, muitas vezes indo contra tudo e todos.
Eles puderam contribuir com grandes mudanças para a evolução da humanidade, tendo na maioria das vezes que abrir mão de muitas coisas e desapegar-se tanto dos paradigmas da época, quanto da maneira como se pensava e agia... e muitas vezes perdendo pessoas amadas, o conforto físico e até de suas vidas.
Porém, se não tivessem se mantido firmes em seus caminhos, independente do que se dizia, pensava e esperava na época em que viveram, como seria o mundo hoje??
Ser autor da própria vida implica na liberdade de escolher, na capacidade de refletir e no desapego do olhar externo.
Fica para nós a reflexão sobre o que queremos de nossas vidas...
"QUE A NOSSA MENSAGEM SEJA A PRÓPRIA VIDA" Gandhi
Namastê,
Narjara Thamiz
Comentários
Realmente existe um "preço" a ser pago em qualquer escolha que se faça.
E muitas vezes o preço pela escolha de seguir o nosso propósito de alma é bastante alto.
Há que se ter e manter sempre acesas a coragem, a fé, a convicção de que isto é o que realmente nos realizará enquanto um Ser em processo de evolução.
Sinto que escrever a própria história sempre vale a pena, pois implica necessariamente em alguma mudança de consciência.
E quando houver momentos de desânimo, vale lembrar que não estamos sozinhos na jornada, ainda que possa parecer que sim.
Mais uma vez parabéns pela sensibilidade e profundidade que você compartilha Na!
Que seus belos textos toquem o coração e alma de mais e mais pessoas!
Amor!