segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Vôo da Borboleta

Uma linda, sábia e tímida lagarta passava seus dias trabalhando. Não tinha apego ao trabalho e nem a vida, se despedia das outras lagartas e de seu trabalho todos os dias como se fosse a última vez que os fosse ver, e assim vivia.

Essa lagarta era muito diferente das outras, ela gostava muito de estudar e nenhuma outra lagarta entendia porque ela era tão fechada. Mas nenhuma delas sabia, que o que movia essa linda lagartinha era a curiosidade pela vida e pelo mundo.

Muitas inquietações e uma paixão imensa por conhecer, viviam dentro dela. Ela tinha uma grande habilidade de ver e entender com profundidade o que estava a sua volta, mas raramente expressava isso, a não ser quando era algo importante. E quando falava, traduzia como ninguém os corações ao seu redor.

Misteriosa, gostava de manter-se no silêncio da reflexão, observando e escutando, escutando e observando. Parecia que em seu olhar vivia algo que ainda não conseguíamos perceber, e seguramente ela sabia de alguma maneira, que ser uma lagarta não seria o seu destino.

De repente, algo começa a mudar. Ela não sabe bem o que é, mas a maneira como enxergava o mundo começa a ficar diferente, começa a perceber a si mesma e as outras lagartas de uma maneira diferente. Seu trabalho vai perdendo o sentido e surge nela um desejo grande por voar e ser livre.

Um desejo de conhecer as belezas da vida, de ser livre e viver no bem-estar com um significado verdadeiro para si e para o mundo. Ela sentia que podia fazer mais, fazer diferente, mas ao mesmo tempo sentia uma angústia por não saber lidar com isso.

Apesar de querer conservar algo distinto em seu viver, a lagartinha sentia uma profunda insegurança que a prendia a um mundo que já lhe estava perdendo o sentido.

Muitas mudanças permearam seu caminho nesse período, como se a estivem preparando para uma mudança ainda maior.

As primeiras foram difíceis para digerir e tomaram tempo, levando essa bela lagartinha pra dentro de seu casulo. Com o tempo essa crisálida que a envolvia foi se tornando mais fina e ela ficando mais tranquila com seu processo.

Uma confiança repentina tomou conta dela que veio de sua força interna, influenciada pela amorosidade com que foi acolhida em suas mudanças, assim como havia sido amorosamente cuidada por sua família, quando pequenina.

Sentia dor ainda, mas já tinha uma compreensão distinta do propósito dessa dor. Até que um dia, estava pronta e decidiu que seguiria de uma maneira distinta.

Sentia-se estranha, mas percebeu que tudo estava mudando em torno da decisão que ela tomou. Com esforço, saiu da sua crisálida e um novo mundo surgiu diante de seus olhos. Colorido, livre, perfumado... Finalmente podia voar, e o fez, foi para um lugar distante, conheceu pessoas e começou uma vida nova, mantendo suas raízes, e vivendo o novo.

A beleza, a liberdade e o encanto da borboleta que se tornou, encantaram todas as lagartas a sua volta, inspirando-as a conhecer o novo e a voar, como a nossa linda lagartinha fez.

Namaskar!

Narjara Thamiz

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Rosa e Abelhinha!

Era uma vez um botão de flor que buscava seu lugar no jardim. Ele andava incomodado, mas não sabia direito com o que. Até que um dia o botão encontrou uma linda abelhinha e se apaixonou perdidamente por ela.

Achava a abelha tão linda, tão livre... ela podia voar e transitar por mundos que o botão nem imaginava. Nessa entrega o botão não sabia mais direito quem ele era e tinha vontade de voar como a abelha.

Um anjo que cuidava do botão vendo o que estava acontecendo e o sofrimento que o botaozinho estava vivendo, resolveu ajudar um pouco. Ele percebeu que o botão estava apaixonado por si mesmo, mas que não conseguia perceber isso, pois projetava seu amor e sua beleza na abelhinha.

Então, pra ajudar a flor a perceber isso, ele resolveu dar-le um presente que ajudasse ela a perceber sua verdadeira beleza. Para isso colocou dois outros botões lindos brotando de seu caule, pelos quais de agora em diante, seria responsável.

O botão assustou, não sabia direito nem como cuidar de si e agora precisava cuidar de outros 2 botões que dependiam dele, e ainda do seu amor pela abelhinha que vinha e ia todos os dias.

O botão resolveu então se entregar de corpo e alma pra cuidar dos botoezinhos. Alguns meses passaram, chuva, sol, noite e dia. E o botão firme cuidando dos botoezinhos e namorando a abelhinha, até que começou a se dar conta de que era muito diferente da abelha e que tinha vontade de conhecer outros lugares e de outras formas. Começou uma busca interna do seu próprio caminho, e do seu lugar no jardim.

Seus valores foram ficando mais claros, assim como o dia, depois de uma noite de tempestade. O sol nasceu e finalmente os botoezinhos se tornaram lindas rosas, suaves, perfumadas, coloridas.

Quando ele viu seus dois botoezinhos se transformando em flores, se deu conta que toda beleza que via fora, era parte dele... E assim, o botão desabrochou numa linda flor, a mais bela do jardim.

Uma flor que passou a levar pra outros botões o aprendizado que tinha vivido com a ajuda do anjinho, da abelha e dos 2 botoezinhos.

Namaskar!

Narjara Thamiz

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Lírio!

"Treine-se no ideal do lírio, que florece no pântano e tem que permanecer envolvido na luta diária pela existência, defendendo-se, firmando-se e combatendo os choques da água lamacenta, das tormentas, dos gritos, dos choros e das diversas vicissitudes da sorte; e entretanto, não esquece a lua no alto. Ele mantém seu amor pela lua sempre vivo. Parece, no entanto, apenas a mais simples flor. Nada de extraordinário há nele. Mesmo assim, esta mais simples das flores tem uma ligação romântica com a grande lua.

Você, da mesma forma, pode ser uma pessoa comum. Pode passar seus dias nos altos e baixos de sua existência terrena e, ainda assim não esquecer o Ser Supremo. Conserve todos seus desejos inclinados em direção a Ele.

Mantenha sempre seu pensamento sintonizado com o pensamento Dele. Penetre profundamente no âmago daquele Infinito Amor."P.R.Sarkar

sexta-feira, 19 de março de 2010

A Fé!

Chico é um garoto de 12 anos, que vive com sua família bastante religiosa. Ele não quer ser religioso, como sua família, mas sim seguir seu próprio caminho espiritual, e por isso seus pais dizem que ele não tem fé suficiente.

Muito triste e discordante do discurso de seus pais, Chico procura o padre da paróquia próxima à sua casa e lhe pergunta: Padre O que é ter fé?

Chico, meu filho, ter fé é acreditar e confiar nas coisas que não se pode ver e nem tocar, mas que acreditamos que estão lá, que existem e são verdadeiras, mesmo sem provas.

Como assim Padre? Como podemos acreditar em coisas que não vemos? contesta Chico.

A fé é como uma voz que fala dentro de nós, aquela que nos faz sentir o que é bom e o que não é, o que faz sentido e o que não faz. Como a voz do coração.

Como o ar que respiramos, não podemos vê-lo, mas sentimos que está ali e que nos possibilita a vida. Como o amor de nossa mãe, que nutri e nos dá vida, sentimos e acreditamos nele, mas não podemos tocá-lo.

Isso é fé, meu filho. responde o padre.

Ah! Acho que eu entendi agora. Eu achei que fé fosse só algo religioso, tipo fé em Deus, mas acho que agora entendi. Quer dizer então que todos temos a fé dentro de nós?

Isso mesmo Chico, a fé não é algo em si, ela existe dentro de cada um, na relação que estabelecemos com o mundo. Ela nos faz seguir adiante, buscar coisas novas, mudar nossas vidas. Isso porque grande parte das vezes, seguimos adiante sem saber o que vem depois e isso implica ter fé e confiança em algo que estamos buscando, seja esse algo o que for. finaliza o padre.

Nossa, então ela é fundamental para nossa evolução e até para a vida. Fala Chico feliz.

Eu acho que tenho bastante fé, porque vivo buscando coisas novas e confio muito que nada é por acaso e que tudo que acontece em minha vida, é uma oportunidade para aprender e evoluir. Isso me parece que é ter fé, ter fé nas forças universais que me regem. Conclui Chico.

Sábio garoto você! fala o padre surpreso ao ouvir um garoto tão jovem pronunciar essas palavras. Isso é ter fé sim. E sabe de mais uma coisa, a fé, apesar de ser uma palavra pequenina, ela tem um imenso significado, é uma poderosa força motriz que rege nossas vidas.

Através dela, despertamos também a esperança, que nos fortalece tanto fisicamente (melhorando o sistema imunológico), quanto espiritualmente. Ela é o amor que emanamos e recebemos de volta, é a capacidade de entrega e a confiança de que algo maior nos guia.

Nela não existe medo, desconfiança, inseguranças, ela é um estado de puro amor e confiança.

Bela como a mais linda flor, pura como a mais inocente criança, confortante com a mais acolhedora mãe.

A fé nasce dos corações fortes e corajosos, ela é acreditar naquilo que os olhos não podem ver, mas que o coração não tem dúvida! poetiza o padre.

Chico agradece o padre e corre aliviado e feliz de volta pra casa, para compartilhar com sua família, agora com a certeza de que fé e religiosidade não são sinominos, que ele tem sim, muita fé e amor no coração.

Namaskar,

Narjara Thamiz

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Escritor e a Estrela!

"Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.

"Por que está fazendo isso?"- perguntou o escritor."Você não vê! - explicou o jovem - A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia".

O escritor espantou-se.
"Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma".

O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor.
"Para essa aqui eu fiz a diferença."

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, nem sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano."

Quando cada um de nós puder olhar e cuidar com amor e respeito de si mesmo e de tudo e todos que estão a nossa volta não precisaremos falar de preservação, paz, sustentabilidade, nem sequer de ética, pois tudo isso já estará naturalmente presente no viver de cada um de nós e do mundo.

Namaskar,

Narjara Thamiz

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quem sou EU?


“Quem sou eu?”pergunta a menina à mãe. “Nossa minha filha, que pergunta... você é você, uai. Você é a Deva, minha filha, linda, amorosa e sensível...”respondeu a mãe, sem saber mais o que dizer.

“Então eu sou isso?”falou a menina pensando alto. “E o que mais queria ser filha?”disse a mãe já um pouco preocupada. “Não sei... nada mamãe... só estava curiosa mesmo.” disse a garota, que parou de perguntar, mas seguiu curiosa.

Ela continuou perguntando para todos que estavam ao seu redor, mas para cada um que perguntava, a resposta era diferente... a professora falava que ela era uma excelente estudante, a avó falava que era uma excelente neta, sua professora de dança lhe dizia que era uma dançarina nata, todos falavam de sua docura, talento e beleza... mas Deva continuava com a inquietude de que havia mais que tudo isso. Algo lhe dizia que somos além de tudo isso... além do que conseguimos enxergar.

Em sua inquietude, um dia encontrou com um senhor, já com idade avançada. Pensou que por isso, podia ser um grande sábio que lhe ajudaria com a pergunta. Assim, se aproximou do senhor e lhe fez a pergunta: “Quem sou eu?”

Sabiamente o senhor disse:”Eu não sei. Quem é você?”

Deva parou em silêncio, surpresa. Acostumada com respostas, se deparou com a pergunta e finalmente parou para refletir e buscar sua resposta, que estava dentro e não fora.

Namaskar!

Narjara Thamiz

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Felicidade!!!

A Felicidade é viver hoje, em tempo 0, realizando nosso propósito em tudo o que fazemos. Ela é o caminho, está em como fazemos tudo o que fazemos todos os dias, em todos os momentos, e não o fim que projetamos como ideal.

Namaskar!

Narjara Thamiz