O Vôo da Borboleta

Uma linda, sábia e tímida lagarta passava seus dias trabalhando. Não tinha apego ao trabalho e nem a vida, se despedia das outras lagartas e de seu trabalho todos os dias como se fosse a última vez que os fosse ver, e assim vivia.

Essa lagarta era muito diferente das outras, ela gostava muito de estudar e nenhuma outra lagarta entendia porque ela era tão fechada. Mas nenhuma delas sabia, que o que movia essa linda lagartinha era a curiosidade pela vida e pelo mundo.

Muitas inquietações e uma paixão imensa por conhecer, viviam dentro dela. Ela tinha uma grande habilidade de ver e entender com profundidade o que estava a sua volta, mas raramente expressava isso, a não ser quando era algo importante. E quando falava, traduzia como ninguém os corações ao seu redor.

Misteriosa, gostava de manter-se no silêncio da reflexão, observando e escutando, escutando e observando. Parecia que em seu olhar vivia algo que ainda não conseguíamos perceber, e seguramente ela sabia de alguma maneira, que ser uma lagarta não seria o seu destino.

De repente, algo começa a mudar. Ela não sabe bem o que é, mas a maneira como enxergava o mundo começa a ficar diferente, começa a perceber a si mesma e as outras lagartas de uma maneira diferente. Seu trabalho vai perdendo o sentido e surge nela um desejo grande por voar e ser livre.

Um desejo de conhecer as belezas da vida, de ser livre e viver no bem-estar com um significado verdadeiro para si e para o mundo. Ela sentia que podia fazer mais, fazer diferente, mas ao mesmo tempo sentia uma angústia por não saber lidar com isso.

Apesar de querer conservar algo distinto em seu viver, a lagartinha sentia uma profunda insegurança que a prendia a um mundo que já lhe estava perdendo o sentido.

Muitas mudanças permearam seu caminho nesse período, como se a estivem preparando para uma mudança ainda maior.

As primeiras foram difíceis para digerir e tomaram tempo, levando essa bela lagartinha pra dentro de seu casulo. Com o tempo essa crisálida que a envolvia foi se tornando mais fina e ela ficando mais tranquila com seu processo.

Uma confiança repentina tomou conta dela que veio de sua força interna, influenciada pela amorosidade com que foi acolhida em suas mudanças, assim como havia sido amorosamente cuidada por sua família, quando pequenina.

Sentia dor ainda, mas já tinha uma compreensão distinta do propósito dessa dor. Até que um dia, estava pronta e decidiu que seguiria de uma maneira distinta.

Sentia-se estranha, mas percebeu que tudo estava mudando em torno da decisão que ela tomou. Com esforço, saiu da sua crisálida e um novo mundo surgiu diante de seus olhos. Colorido, livre, perfumado... Finalmente podia voar, e o fez, foi para um lugar distante, conheceu pessoas e começou uma vida nova, mantendo suas raízes, e vivendo o novo.

A beleza, a liberdade e o encanto da borboleta que se tornou, encantaram todas as lagartas a sua volta, inspirando-as a conhecer o novo e a voar, como a nossa linda lagartinha fez.

Namaskar!

Narjara Thamiz

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