Jornada Interior

A nossa vida hoje é o resultado das portas que já abrimos, das respostas que já encontramos, das tradições que seguimos e dos caminhos e escolhas que trilhamos. Essa é a nossa zona de conforto. 

Mas para que a vida e a evolução continuem e para que o novo possa nascer, é preciso sair dessa zona de conforto, o que não é só desafiador, como encontramos muitas resistências no caminho. O novo chega através das mudanças, das novas portas que abrimos e das novas perguntas que fazemos. 

Nos aventurar no desconhecido é como calçar um novo sapato, que até que se adapte aos nossos pés, dói, mas depois vira uma extensão de nossos pés. E assim, entre intuição, memórias, sonhos, medos e resistências começou a minha jornada para chegar até a Chapada dos Veadeiros. A alma venceu, plantando a fé em meu coração de que tinha que  estar lá e a confiança de que tudo seria perfeito, como fosse.

Com muitas perguntas borbulhando dentro de mim, entrei no avião, mal sabendo o que esperava por mim. Entre trilhas e banhos, meditações e conversas profundas, acrobacias e fogueira, boas gargalhadas e lágrimas, vivi o que precisava viver, olhei, orei, senti, compreendi, confiei, soltei e escutei o que alma realmente desejava. 
No solo quente do Cerrado, quando já não era mais possível seguir calada, meu corpo purgou medos e fraquezas, acessando força e determinação. E em águas nutridoras, minha alma foi tocada e a clareza do caminho me foi revelada.

Soltando o medo e tristeza, orando por clareza e limpeza, fui mergulhando cada vez mais profundo em mim, assim como nos rios e cachoeiras a minha volta, acessando o poder incrível de cura e a amorosidade da natureza. 

Sem os medos e controles me impedindo de ver e de escutar, aquilo que a alma tão veementemente queria me mostrar, pude ver além do fragmento, derramar minhas águas junto aos temporais, e gritar minhas dores na voz dos trovões. 

Sendo guiada por um olhar que me viu muito além do que eu podia ver, vi como num espelho a beleza e o amor revelados. A beleza e o amor que curam feridas que ficaram abertas pelas jornadas da vida. 

A dor escancara aquilo que precisamos olhar, transformar, soltar, mas é o amor que permite a verdadeira cura. Mesmo já sabendo disso racionalmente, nesse lugar incrível, pude vivê-lo. Saio daqui mais viva, mais clara, mais determinada e preenchida de amor e força para seguir a jornada.

E você, quais são as próximas portas que sua alma deseja abrir? 

Silencie, escute, sonhe e dê o próximo pequeno passo em direção a ele. 

Um abraço com carinho do Cerrado

Narjara Thamiz
Ps- sentiu um chamado para viver uma experiência assim, escreva-me.

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