Reflexões sobre a saúde!

Perguntando-me porque adoecemos, entrei em um processo de pesquisa e reflexão que já duram alguns anos e mesmo entrando em contato com muitas teorias e práticas, a conclusão que cheguei foi simples e única. Compartilharei com vocês meus pensamentos e espero suas percepções e comentários.

Começando pela etimologia da palavra doença (do latim dolentia, padecimento), doença é o estado resultante da perda da homeostasia/equilíbrio de um organismo vivo, total ou parcial, que pode ter diversas origens psico(emocional)-física-espiritual.

Na Antiguidade adoecer era considerado uma manifestação de forças sobrenaturais, mas a medida que o pensamento foi evoluindo, a saúde e o corpo passaram a ser compreendidos de forma mais integrada, como o equilíbrio do Homem com o Universo (Aleméon, de Cretone, filósofo pré-socrático) e como conceito de que o corpo é formado pelo equilíbrio de 4 elementos, dirigidos por forças que estão em permanente “luta” o amor (fonte de integração) e o ódio (fonte de desintegração). (Empédocles, de Agrigento, filósofo pré-socrático). Como também disse Freud, pulsão de vida e pulsão de morte.

Com o tempo foi se consolidando a ideia de que o homem além de seu substrato material, também era constituido de uma essência imaterial, a alma (relacionada aos sentimentos e pensamentos) e que ambas se influenciavam mutuamente.

As ciências médicas foram avançando no estudo do corpo físico, mas já no século passado, a Franz Alexander e seus colaboradores introduzem o estudo da psicossomática, ou seja, das relações entre os corpos material e imaterial do ser humano, fazendo ensaios e pesquisas sobre as relações entre as emoções e sua atuação no corpo físico, e como dessa relação surgem muitas vezes sintomas e doenças.

Hoje, já não há dúvidas sobre os impactos das nossas emoções, atitudes e pensamentos sobre o nosso corpo físico. Podemos afirmar que nosso corpo não é uma estrutura estática, e sim um processo dinâmico, em movimento e interações constantes entre todas as dimensões que nos constituem, emocional, espiritual e física. Estamos constantemente, a cada segundo, nos constituímos e reconstituindo, através da renovação de nossas células, no corpo físico, nossas emoções e pensamentos, no campo emocional e das nossas escolhas e ações no campo espiritual.

Ou seja, quando observamos o ser humano, vemos um organismo em constante movimento constitutivo e integrado, entre o próprio organismo, o ecossistema ao qual pertence e o universo, num processo que se assemelha a uma dança, onde organismo e meio estão em constante transformação para manterem-se “acoplados”, processo esse que podemos chamar de “A teia da vida”, onde cada elemento nutre outros elementos e se mantém interligados mantendo o sistema vivo.

Todo esse processo acontece em tempo 0, ou seja, no presente que estamos vivendo, e isso nos possibilita a escolha de como queremos viver e nos constituir a cada momento que estamos vivendo esse processo, tendo a possibilidade de transformar nosso viver e nosso organismo a cada instante.

Retomando o que alguns filósofos, Freud e outros falaram sobre as forças que nos constituem, pólo positivo e pólo negativo, amor e ódio, Yin e Yang, vida e morte... As chamaremos aqui, como chama H. Maturana, emoções que se constituem com base no “amor”, no sentido de VER e respeitar a si mesmo e ao outro; e emoções que se constituem com base no “desamor”, ou seja, na negação e no desrespeito a si mesmo e ao outro.

Considerando essas emoções, podemos afirmar que a aprendizagem, a saúde e o desenvolvimento dos seres humanos, acontecem nas emoções/relações de amor, no respeito e na confiança. Já as relações com ausência disso, podem gerar defesa, violência, doença e inclusive bloquear o desenvolvimento psíquico-físico-espiritual de um ser humano. Porém isso só acontece quando fazemos dessas experiências e emoções nossas emoções de base, conservando-as no presente, no desamor consigo mesmo e com outros.

Muitas vezes trazemos para o nosso presente emoções de experiências de desamor que vivemos passado, e nos seguramos nelas, como se fizessem parte de nós e as revivemos no presente ou a deixamos guardadas no fundo dos nossos corações, latentes, emoções de dor, mágoa, ódio, rancor.

Quando nos apegamos a essas emoções e as “carregamos” conosco, passamos a viver ciclos em que essas emoções se repetem no presente. Isso nada mais é que uma oportunidade que o nosso organismo ou a vida nos dá para enxergar e lidar com esses apegos, de forma a fechar os ciclos e abrir para novas emoções... como esvaziar nossos corações para que possamos receber e perceber o novo.

Essas emoções conservadas, vão intoxicando nossos organismos, relações, pensamentos e emoções, muitas vezes distorcendo nossa percepção atual em função desses modelos e padrões que “carregamos” do passado.

As emoções são mandatórias em nosso organismo. Elas são as primeiras a se manifestar diante de qualquer situação, e portanto, influenciam diretamente nossas decisões, pensamentos e ações. Podendo gerar desequilíbrios em nosso organismo originando sintomas e até doenças. Assim como a nossa desconexão com a nossa verdadeira essência e com o todo em que estamos inseridos, o desalinhamento dos nossos corpos físico-emocional-espiritual, também podem gerar doenças.

Ou seja, as doenças quando se manifestam no corpo físico, normalmente já estavam manifestadas em nossos corpos emocionais e espirituais, provocando as vulnerabilidades no corpo físico, que pode como consequência, manifestar a doença.

A doença muitas vezes tem a função de um canal de comunicação entre o nosso inconsciente e a nossa consciência, de modo a trazer a “luz da consciência” conteúdos inconscientes para o nosso desenvolvimento. Ela é uma reação do corpo às circunstâncias, emoções, escolhas e atitudes que estamos tomando. Ou seja, a doença surge no espaço da relação de nós conosco mesmo, com o meio em que vivemos e com as pessoas que convivemos, nos permitindo rever àquilo que queremos conservar para fechar os ciclos que mantivemos abertos.

Nesse sentido, a doença pode ser considerada um processo amoroso do corpo para com o ser que o habita, já que se apresenta como uma tentativa de contribuir para o nosso processo de evolução. Com isso, um olhar amoroso para a doença e para nós mesmos, buscando seu sentido e significado, possibilita um processo de cura e crescimento, que é a mudança de padrões/atitudes/emoções que geraram esse distúrbio.

Porém, quando cuidamos somente dos sintomas e não nos Enxergamos no processo e nem enxergamos à doença, não só não há o processo de cura verdadeira, como também outros sintomas surgiram da mesma causa, até que essa se dissolva pela nossa consciência.

Pesquisas recentes descobriram que os genes, ao contrário do que se pensava, podem ser mudados. Antigamente, os cientistas achavam que a nossa genética era imutável, porém hoje já se sabe que em cada um dos nossos genes, existe como um interruptor que ativa (faz ele trabalhar) e desativa (interrompe seu trabalho). E no funcionamento desse mecanismo, existe uma forte correlação com os nossos padrões de pensamentos e emoções.

Atualmente, o genoma humano está totalmente decodificado, porém descobriu-se que de todo o nosso DNA, utilizamos apenas 2% dos genes e ainda não sabemos o que fazem o restante dos 98%. E cientistas já estudam a possibilidade de ativar os bons genes e desativar os genes “ruins”, o que aumentaria muito a expectativa e a qualidade de vida dos seres humanos.

Kazuo Murakami, pesquisador e Professor emérito da Universidade de Tsukuba, vem pesquisando esse tema e fez um experimento com pacientes diabéticos, que comprovou que o riso reduz o aumento da taxa de glicose nesses pacientes.

Além desse experimento, outras perguntas intrigam a ciência, como por exemplo a questão de que independente de uma pessoa ter um gene de determinada doença, isso não significa que ela a desenvolverá; ou muitas vezes pessoas expostas ao mesmo vírus, não necessariamente contraem a doença ou manifestam os mesmos sintomas. Ou seja, cada organismo reage diferente ao ambiente e apesar da ciência ainda não ter conseguido inteiramente explicar esses fenômenos, sabemos que isso está relacionado a como conduzimos nossas vidas, com as escolhas que fazemos e as emoções que vivemos e conservamos.

E a partir de todo esse recorrido, a conclusão simples e única que falava no início é que o processo de adoecimento do ser humano é um processo que surge como resultado do desamor que vivemos conosco mesmos e com o mundo que nos cerca. Esse desamor gera emoções e desequilíbrios que vulnerabilizam nosso corpo físico, que fica assim mais suscetível à doenças, ou produz doenças a partir das toxinas que geram as emoções que guardamos dentro de nós.

O amor e a reconexão com nosso sentido interno são recursos muito significativos tanto para compreender o processo de adoecimento, quanto para a verdadeira cura, que é responsabilidade de cada um de nós, pois é um processo nosso, único e intransferível.

“O melhor remédio para o homem, é o homem. O mais alto grau da cura é o amor.” Paracelso

Saúde e Boa Reflexão!

Narjara

Esse texto foi desenvolvido com base nos pensamentos de Humberto Maturana, Rudiger Dahlke, Kazuo Murakami, Viktor Frankl, Deepak Chopra e nos meus pensamentos e reflexões.

Comentários

K i k o disse…
Quando um ser comete uma falta contra o próximo ou a si mesmo, certamente ele acaba perturbado, em virtude das forças magnéticas desequilibradas geradas pelo seus sentimentos e, por receber,também, as vibrações de sentimentos negativos como o ódio ou ressentimento de outra pessoa.
Em razão disso, os centros energéticos (chacras) entram em desarmonia, ocasionando repercussões negativas
sobre o corpo físico. Esse descontrole provoca lesões no
funcionamento de diversos órgãos, como coração, pulmões, fígado, entre outros.
Sentimentos como ódio, desespero, crueldade etc, criam zonas de
enfermidade no organismo, as quais anulam quase todos os recursos de defesa imunológica da
pessoa, possibilitando o aparecimento de doenças,infecções em órgãos de menor resistência. Referente a esse assunto, diz Emmanuel, no livro Pensamento e Vida, psicografado por Chico Xavier, que em muitas vezes as doenças como: tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos
secundários; a causa principal da doença está na alma enferma, uma vez que todos os sintomas mentais, depressivos ou desequilibrados, influenciam as células do corpo carnal.
Emmanuel diz ainda que nossas emoções doentias, como ciúme, irritação, impaciência e ódio, geram enfermidades. Esses sentimentos negativos, depois de convertidos em ondas
mentais, voltam-se sobre nós mesmos tumultuando o serviço das células nervosas. Diante
disso, conclui: “Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o
reto pensamento, sem o qual a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho físico os desvarios e as perturbações que lhe são conseqüentes”.
Vale ressaltar que somos o que queremos ser e consequentemente somos frutos do meio em que vivemos, pois a palavra chave é AMOR. Amor incondicional a si mesmo e ao próximo, pois como bem citado, "Amai o próximo como a ti mesmo", mas não só o AMOR mas também a ACEITAÇÃO de quem somos e o que nos tornamos no decorrer de nossas vidas. Lembrando que podemos trilhar o caminho que desejarmos, ou seja, nossa saúde é um caminho que só nós podemos trilhar de forma tranquila ou não, basta saber qual via escolhemos e qual energia recebemos e emanamos. Nossa saúde é reflexo de nossa psique

Namastê

Espirito Guerreiro

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